Caminha desorientado como se não soubesse onde se encontra. Na sua mente desfilam imagens repetidas do seu último encontro com a mulher da sua vida.
Saber que nunca mais sentiria debaixo da sua pele aquela pele sedosa, húmida dos prazeres partilhados fazia-o sentir-se perdido, sem rumo, sem amarras.
Encostou-se perdido á esquina sombria da casa onde juntos viveram momentos indiscritiveis. Que fazer, onde ir, como adormecer e amanhã abrir os olhos e ter que se erguer.
A dor lancinante sentida trespassa-o como uma lança. O grito preso na garganta não consegue soltar, estica os braços pedindo ajuda silenciosa. Ninguém o escuta, ninguém o vê nem sente a sua dor, o seu grito de solidão. Porquê esta angústia, esta desorientação, este bosque sem saída?